O Kremlin indicou que há urgência política para que o presidente russo, Vladimir Putin, e o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, realizem uma reunião no futuro. No entanto, agora, não foram iniciados preparativos concretos para uma possível cimeira entre os dois líderes.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse aos repórteres na segunda reunião que ambos os líderes manifestaram interesse em estabelecer contactos.
“Há um entendimento declarado e uma vontade política de que tais contactos seriam muito necessários e apropriados”, disse Peskov.
Apesar desta intenção, Peskov descartou qualquer progresso significativo na organização de uma reunião. Quando questionado sobre locais como a Suíça ou a Sérvia como possíveis locais para uma reunião, o porta-voz observou que, uma vez que vários países ofereceram os seus serviços como anfitriões, é prematuro discutir detalhes a este respeito.
“Muitos países oferecem os nossos serviços como locais hipotéticos para estas conversas, mas estou demasiado disposto a discutir a questão. “Não há preparativos substanciais”, disse Peskov.
O Kremlin abre a porta à possibilidade de progresso depois de Trump, previsto para 20 de janeiro.
Uma história de dois encontros entre Trump e Putin
A última vez que Vladimir Putin e Donald Trump se encontraram pessoalmente foi em junho de 2019, durante a cimeira do G20 em Osaka, no Japão. Nesta ocasião, os dois líderes realizarão um encontro que reflecte um contexto de relações internacionais tensas, em vez de reflectir o desejo de diálogo entre ambas as potências.
Um ano antes, em julho de 2018, Trump e Putin realizaram uma cimeira em Helsínquia, na Finlândia. Este acontecimento gerou grande polémica, porque ocorreu durante a investigação do procurador especial Robert Mueller sobre a suposta interferência russa nas eleições presidenciais de 2016 nos Estados Unidos.
Por seu lado, Putin comentou apenas recentemente que não via Trump há mais de quatro anos, sugerindo que, com o regresso do republicano a Casa Branca, uma nova etapa poderia abrir as relações entre Moscovo e Washington.
Expectativas após a transição presidencial
Com Trump pronto para assumir novamente a presidência, espera-se que a dinâmica entre os Estados Unidos e a Rússia ganhe alguma atenção global. Alguns analistas sugerem que Trump poderia adotar uma abordagem mais conciliatória em relação a Moscovo, em contraste com as tensões que marcaram a relação bilateral durante a administração de Joe Biden.
A política expressa por ambos os líderes sugere que uma reunião poderá eventualmente ocorrer, mas resta saber se as circunstâncias permitirão progressos concretos no curto prazo. A transição presidencial nos Estados Unidos será, sem dúvida, um factor-chave na determinação do rumo que estas possíveis conversações tomarão.
Entretanto, o mundo acompanha com interesse a evolução dos laços entre Washington e Moscovo, consciente do impacto que qualquer aproximação entre estas duas potências poderá terminar no jantar internacional.