Nos primeiros seis meses do ano, o financiamento de seguros na América Latina totalizou US$ 26 milhões (€ 23 milhões), o que representa uma queda de 78% em relação ao mesmo período do ano passado. No entanto, apenas para um período de 12 meses, o financiamento total é de US$ 43 milhões (€ 39 milhões), ou o menor valor registrado naquele momento.
Esses dados estão disponíveis na edição do relatório Conferência Latam Insurtechelaborado pela Digital Insurance Latam em colaboração com a Mapfre, que analisa o estado da indústria de insurtech na América Latina.
No contexto do capital de risco, o estudo relata que o número total de startups insurtech na região é de 498, o que representa um crescimento de 6%. Considerando uma taxa de mortalidade de 10%, o crescimento orgânico nos últimos 12 meses é de 16%, com 77 novas seguradoras.
Brasil (203), Chile (72) e Colômbia (67) são os países com maior número de insurtechs. A região do Pacífico apresenta o maior crescimento percentual, com destaque para América Central (69%), Equador (35%), Colômbia (24%) e Peru (23%).
No primeiro semestre de 2024, a expansão internacional das insurtechs aumentou 11%, com uma taxa total de internacionalização de 13,4%. Nesse contexto, as startups multilatinas de seguros representam 13%, afetando mais de um país.
Peru (42%) e Chile (30%) são os principais impulsionadores do aumento da taxa de expansão, devido à necessidade de escalar suas operações. Por outro lado, o Brasil exporta muito poucas insurtechs (menos de 1%) devido à autossuficiência de seu mercado interno.
A taxa de atração de empresas estrangeiras é de 24,2%, um aumento de 3,3 pontos desde o início do ano. Nos últimos 12 meses, essa taxa foi de 35%, ante 18,1% em nenhum estudo anterior.
Peru (63%), Equador (48%), Colômbia (43%) e México (31%) são os países que mais atraem seguradoras estrangeiras.
Mortalidade Insurtech
O estudo também destaca que a taxa de mortalidade anual do ecossistema insurtech é de 10%, com 49 seguradoras desaparecendo nos últimos 12 meses. 92% das startups não sobrevivem localmente, indicando que ser multi-latina pode ser crucial para a sobrevivência. A taxa de mortalidade para distribuidores é de 67%, em comparação com 33% para facilitadores.
O Brasil é o país mais afetado, com uma taxa de mortalidade de 12%, enquanto Argentina e Colômbia apresentam as melhores taxas de mortalidade, com 4% e 7%, respectivamente.
53% das insurtechs são focadas em distribuição de seguros, um número de 6% em relação a 2020. A maior parte das distribuidoras é focada em seguros de automóveis pessoais e residenciais, utilizando modelos de corretoras e agentes gestores (MGA), que respondem por 42%.
Em termos de competências, houve um aumento de seis por cento nos últimos quatro anos, representando 47% do ecossistema insurtech total da América Latina.
Por fim, o estudo revela que 18% das insurtechs oferecem soluções para digitalização de intermediários tradicionais, além de outras soluções para gestão de sinistros (14%) e detecção de fraudes (6%).